O não reconhecimento da realidade do pecado é que provoca em nós os desastres da vida. Podemos falar sobre a nobreza da natureza humana, mas sempre há alguma coisa nela que rirá na cara de cada uma dessas belas ideias que temos sobre nós mesmos. Quem se recusa a reconhecer que no ser humano existe vício, egoísmo e algo profundamente maligno e errado, quando a sua vida for atingida pelo pecado, em vez de reconhecer essa realidade, ele logo se acomodará e dirá que não adianta combatê-lo. Você já se preparou para essa hora, para enfrentar o poder das trevas, ou tem uma imagem de si mesmo que exclui o pecado de sua vida ainda? Admite que o pecado pode estar presente em seus relacionamentos e amizades? Se não, será pego de surpresa e fará concessões a ele. Se reconhecer o pecado como facto, perceberá imediatamente o perigo onde pode cair: “Sim, eu vejo o que poderia resultar de algo assim”. Reconhecer a realidade do pecado não destrói a base da amizade; apenas estabelece o mútuo assentimento de que a base da vida é trágica e precisa ser transformada. Evite sempre qualquer forma de encarar a vida que não reconheça o facto do pecado.
Jesus Cristo nunca confiou na natureza humana, todavia nunca foi céptico nem desconfiado, porque confiava cabalmente no que ele podia fazer através da própria natureza humana. A pessoa pura é a pessoa mais protegida contra o dano e o perigo e não a que é inocente. Nunca se está seguro em casa de pessoa inocente, seja este homem ou mulher. As pessoas não deveriam desejar ser inocentes quando Deus exige que sejam puras e virtuosas. A inocência é característica da criança; por isso é bastante reprovável a atitude da pessoa que não reconhece a realidade do pecado para se poder tornar virtuosa.