Estes versículos revelam a humilhação que é ser cristão. No plano natural, se alguém não repõe ou retorna uma agressão é considerado covarde; mas, no espiritual, se alguém deixa de fazê-lo, isso é a manifestação do Filho de Deus nele. Quando você é insultado, não só não deve ressentir-se, como deve aproveitar a situação para manifestar o Filho de Deus em si mesmo. Não se pode imitar a disposição de Jesus; ou ela existe em si já, ou não existe. Para o servo de Deus, o insulto torna-se uma oportunidade para ele revelar a incrível doçura do Senhor Jesus Cristo.
O ensinamento do Sermão do Monte não é: “Cumpra o seu dever” — mas, antes “Faça sempre o que não é o seu dever também”. Não é nosso dever andar a segunda milha, nem apresentar a outra face, mas Jesus diz que, se somos seus discípulos, que o faremos. Não haverá aquela atitude: “Bem, eu não posso fazer mais nada; tenho sido tão mal interpretado e mal compreendido que não vou fazer mais nada”. Todas as vezes nas quais insisto em meus direitos, magoo o Filho de Deus; ao passo que, se recebo o golpe, evito que Jesus seja atingido. Esse é o sentido de preencher o que resta das aflições de Cristo. O discípulo reconhece que o que está em jogo em sua vida não é a sua própria honra, mas a honra do seu Senhor. Nunca procure justiça para si nos outros, mas nunca deixe de ser justo. Estamos sempre buscando justiça, mas o ensinamento do Sermão do Monte é: “Nunca busques obter justiça; mas nunca deixes de oferecê-la”.