Quando lemos as afirmações de Jesus pela primeira vez, elas logo nos parecem ser maravilhosamente simples e em nada surpreendentes e passam para o nosso subconsciente sem nunca serem plenamente entendidas sequer. As bem-aventuranças, por exemplo, parecem ser apenas belos e agradáveis preceitos feitos para aqueles que vivem num mundo místico, mas praticamente inúteis para o severo mundo de trabalho quotidiano no qual nos inserimos ainda. Entretanto, não demoraremos a descobrir que as bem-aventuranças contêm a dinamite do Espírito Santo dentro delas. Elas explodem, por assim dizer, quando as circunstâncias de nossa vida as conseguem fazer detonar. Quando o Espírito Santo traz à nossa lembrança uma dessas bem-aventuranças, pensamos: “Que afirmação admirável!” e será ali que temos de decidir se estamos dispostos ou não a aceitar a tremenda revolução espiritual que se produzirá em nossa vida, se obedecermos às suas palavras. É assim que o Espírito de Deus opera. Não é preciso nascer de novo para se aplicar literalmente o Sermão do Monte. A interpretação literal dele é uma brincadeira de criança; mas a interpretação do Espírito de Deus envolve uma aplicação à nossa vida quotidiana das afirmações do Senhor e isso sim, é coisa séria; é para quem já amadureceu, depois de haver nascido – isto é obra de santo.
Os ensinos de Jesus são muito diferentes de nossa maneira natural de encarar as coisas e, de início, podem-nos causar uma enorme estranheza. Temos que lentamente ir uniformizando nossa conduta e nosso falar aos preceitos que Jesus Cristo ensina dentro de nós, na mesma medida que o próprio Espírito Santo os aplica à nossa vida. O Sermão do Monte não é um conjunto de regras e regulamentos – é uma declaração de como viveremos sempre e quando o Espírito Santo estiver controlando nossa vida por inteiro.