A rendição pessoal não é a entrega da vida exterior, mas da vontade interior do homem; depois que se consegue isso, tudo está feito. Existem, na realidade, poucas crises na vida; a grande crise é a rendição da vontade de todo o homem global. Deus nunca esmaga a vontade duma pessoa para que ela seja manipulada; nunca lhe suplique que o faça; Ele simplesmente espera até que se lhe renda sua vontade e tem de ser essa vontade a render-se e não você a rendê-la. E nunca mais essa luta precisará repetir-se de novo.
Rendição para sermos libertados de nós. “Vinde a mim… e eu vos aliviarei”, Mat.11:28. Só depois que começamos a experimentar o que significa salvação é que renderemos toda a nossa vontade a Jesus em troca desse alívio. Tudo que estiver perturbando nosso coração será sempre um apelo subtil à compra da nossa vontade de volta: “Vinde a mim.” E essa aproximação tem que ser voluntária e real.
Rendição para sermos devotos. “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo e…”, Mat.16:24. A rendição aqui é do nosso “eu” a Jesus, visando entrar no descanso que só Ele dá. “Se ainda quiser ser meu discípulo, entregue-me seus direitos sobre si mesmo, todos quantos detém ainda”. A partir daí, nosso viver será tão-somente um reflexo dessa entrega absoluta e incondicionalíssima. Depois de feita a rendição, não precisaremos mais fazer nenhum tipo de suposição sobre nada. Não precisamos preocupar-nos com nossas circunstâncias; Jesus cuidará de tudo.
Rendição para a morte. João 21.18,19. “… Outro te cingirá”. Você já aprendeu o que significa ser cingido para a morte? Cuidado com a rendição a Deus feita num momento de êxtase; você corre o risco de voltar atrás depois desse êxtase. A verdadeira rendição implica em estarmos unidos com Jesus em sua morte, a ponto de nada mais nos agradar senão ele – mesmo na morte – e a não ser aquilo que só agrada a Jesus.
O que vem depois dessa rendição? Depois dela, a vida toda é uma aspiração por uma incessante comunhão com Deus continuada.