Nós costumamos pensar em nossa própria consagração espiritual como sendo o tal “chamado”, mas quando nos acertamos com Deus ele varre tudo isso para um lado e, através de um processo doloroso, prende-nos a algo com que nunca sonharíamos sequer; então, num instante marcado de glória, percebemos o que ele quer de facto e logo dizemos: “Eis-me aqui, envia-me a mim”, Is.6:8.
Esse chamado nada tem a ver com nossa santificação pessoal; visa apenas tornar-nos “pão partido” e “vinho distribuído” para os outros. Deus nunca poderá tornar-nos vinho se resistirmos ao seu toque quando ele nos vier esmagar. Ah, se Deus usasse seus próprios dedos e me transformasse em “pão partido” e “vinho distribuído” de um modo muito especial! Mas ele escolhe alguém de quem não gostamos, ou um conjunto de circunstâncias às quais não aderimos e às quais dizemos que jamais nos submeteremos e usa tudo aquilo para nos esmagar e será ali que fazemos as objecções. Nunca devemos escolher o cenário de nosso próprio martírio assim. Se vamos ser transformados em vinho, temos que ser esmagados; uvas não podem ser bebidas. Elas só se transformam em vinho quando espremidas.
Pergunto-me: que tipo de “dedos” Deus tem usado para espremer sua vida? E será que você, como uma bolinha dura vem-lhe escapando quando ele espreme? Você ainda não está maduro e se Deus o tivesse espremido agora e conseguido algum suco de si, o vinho obtido seria amargo. Para que flua vida de nós é preciso que os elementos de nossa vida natural sejam todos tomados pela presença de Deus e providencialmente partidos ao seu serviço. Temos de estar bem ajustados a Deus para que possamos ser o tal “pão partido” em suas mãos. Mantenha sua vida certa e no ritmo com Deus e deixe-o fazer consigo tudo que ele muito bem entender e sempre que ele quiser; e descobrirá que ele está produzindo o tipo de pão e de vinho que irá beneficiar os outros filhos dele.