Todos nós já tivemos momentos de exaltação no monte, quando vimos as coisas do ponto de vista de Deus e logo desejamos permanecer por lá mesmo; mas Deus nunca permite que permaneçamos ali. O teste de nossa vida espiritual é a capacidade de descermos; se tivermos poder só para subir, alguma coisa está errada conosco. É maravilhoso estar com Deus no monte, mas só vamos até lá para que depois possamos descer até onde estão os endemoninhados para os erguer, Marc.9:14-18. Não fomos feitos para viver de montanhas, auroras e outras belezas desta vida — tudo isso serve apenas como momentos de inspiração. Somos feitos para o vale, para as situações comuns da vida e será ali que temos de provar o quanto valemos para Deus. O egoísmo espiritual deseja quase sempre poder viver e reviver os momentos passados no monte. Achamos que, se pudéssemos permanecer no monte, poderíamos falar e viver como anjos no céu. Os momentos de exaltação são excepcionais; eles têm sua importância em nossa vida com Deus, mas precisamos ter cuidado para que, em nosso egoísmo espiritual, não queiramos ficar apenas com esses momentos e negligenciarmos tudo o resto.
Tendemos a pensar que tudo o que nos acontece deve ser transformado em algo proveitoso; mas deve ser transformado em algo melhor do que ensino e aproveitamento — num sublime carácter. O monte não tem por objetivo ensinar-nos coisas; o objetivo dele é fazer algo de nós. Há um grande perigo na pergunta: para que serve isto? Em questões espirituais, nunca podemos avaliar as coisas a partir desse critério sobre as coisas. Os momentos vividos no alto do monte são raros, é um facto, mas o sublime objetivo deles tem sempre algo a ver com o sublime propósito de Deus.