Logo a seguir a cada experiência de exaltação, voltamos subitamente mais para baixo, para enfrentar a realidade de todas aquelas coisas que nada têm de belas, nem de poéticas, nem de emocionantes do ponto de vista humano. A avaliação da altura do monte é feita pela insipidez da lida que possamos efetivar dentro dum vale; é no vale que temos de viver para a glória de Deus. No monte vemos a glória de Deus, mas nunca é lá que vivemos para essa mesma glória. É naquele lugar de humilhação que descobrimos nosso verdadeiro valor para Deus e será ali que se manifesta toda aquela fidelidade que temos. Muitos de nós só conseguem fazer seu trabalho se estiverem sempre na mó de cima, como heróis, por causa do egoísmo de seu coração; mas Deus quer-nos no monótono plano comum, abaixo naquele vale onde vivemos de acordo com o relacionamento pessoal que temos com Deus. Pedro achou que seria óptimo para todos eles poderem permanecer no monte, mas Jesus Cristo levou os discípulos morro abaixo até ao vale, onde o significado da visão é explanado e colocado praticamente.
“Se tu podes alguma coisa…” Só o vale da humilhação pode arrancar de nós cepticismos deste calibre. Examine sua própria experiência e descobrirá que, quando ainda não sabia quem era Jesus, não passava de um astucioso céptico em relação a tudo que diz respeito ao poder dele. Quando você estava no monte, acreditava em tudo; mas o que me diz agora na hora em que teve de enfrentar a realidade dos fatos dentro dum vale? Você pode até ter um testemunho de santificação para dar a todos, mas que me diz daquilo que, neste momento, constitui uma humilhação para si? A última vez que você esteve no monte com Deus, viu que todo o poder no céu e na terra pertenciam de facto a Jesus — e agora, no vale da humilhação, porque razão você tem-se tornado céptico assim?