O pecado é basicamente uma forma de relacionamento com fundamento; não é praticar o mal, é ser-se mau; é manter uma independência de Deus deliberada e activa. O evangelho explica tudo com base na natureza activa e radical do pecado contra Deus. As outras religiões falam de pecados; só a Bíblia fala do pecado. A primeira coisa que Jesus Cristo enfrentou nos homens foi a herança responsável pela transgressão; e, como temos ignorado redondamente esse facto na apresentação e na própria exposição do evangelho, a mensagem perdeu o seu aguilhão e o seu poder explosivo de regeneração total de cada homem.
O que a Bíblia nos pode revelar ainda, não será que Jesus Cristo tomou sobre si nossos pecados, mas que ele tomou sobre si a herança de todos os nossos pecados, algo que o homem é. Deus fez seu próprio Filho pecado para que pudesse fazer do pecador um ser santo, um filho como Cristo também. A Bíblia toda ensina que o Senhor carregou o pecado do mundo por identificação pessoal e não por compaixão. Ele colocou toda a carga de pecado da raça humana deliberadamente sobre si e sobre seus próprios ombros e a carregou em sua própria pessoa divina: “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós”; e, foi assim que colocou a redenção ao alcance de toda a raça humana. Jesus Cristo reabilitou toda a raça humana — ele a recolocou onde Deus determinara que ela estivesse — e qualquer um pode ter união com Deus agora, com base no que o Senhor fez na cruz e em nós.
Não podemos redimir-nos a nós mesmos – só com intervenção do próprio Deus; a redenção é obra de Deus, absolutamente consumada e completa; sua relação com cada indivíduo será uma questão de decisão pessoal também. Será absolutamente necessário que se faça sempre essa distinção entre a revelação da redenção e a experiência consciente de salvação na vida de uma pessoa e em seu interior.