A personalidade é aquela coisa única, peculiar e profunda que nos faz distintos de todas as demais pessoas. Nossa personalidade é complexa demais para a compreendermos bem. Uma ilha no mar pode ser apenas o cume de uma grande montanha abaixo de água. A personalidade é como uma ilha; não sabemos nada sobre as profundezas que existem abaixo dela e, por consequência, não somos capazes de nos poder avaliar a nós mesmos mediante o que sabemos de nós mesmos. Inicialmente, achamos que podemos, mas acabamos por entender que só existe um Ser capaz de nos entender muito bem e é quem nos criou.
A personalidade é uma característica do interior de todo o homem espiritual, como a individualidade é uma característica do homem exterior. Torna-se impossível para nós podermos definir o Senhor Jesus em termos de individualidade e de forma independente, mas apenas em termos de personalidade diremos que, “Eu e o Pai somos um”, João 10:30. A personalidade tem a propriedade de se poder vir a unir a outra; assim cada pessoa só alcança sua verdadeira identidade quando se une a outra. Quando o amor, ou o Espírito de Deus toca em alguém, essa pessoa se transforma e não mais insiste em sua individualidade como distinta. O Senhor nunca defendeu a individualidade ou um posicionamento isolado de cada indivíduo; suas palavras eram em defesa da personalidade: “Que sejam um, como nós somos um”. Se você entregar a Deus os direitos que tem sobre si mesmo, logo ali a verdadeira natureza de sua personalidade corresponder-se-á com a dele intimamente. Quando é Jesus Cristo quem emancipa a personalidade, toda aquela individualidade que temos logo se transfigura; o elemento de transfiguração é o amor, nossa devoção pessoal a Jesus Cristo em pessoa dentro de nós. O amor é o transbordar dessa personalidade em plena comunhão com a dele.