Poucos de nós terão aquela compreensão da verdadeira razão pela qual Jesus Cristo morreu. Se compaixão é tudo o de que os seres humanos precisam, então a cruz de Cristo é uma autêntica farsa; não havia necessidade para ela. O que o mundo precisa não é de “um pouquinho mais de amor”, mas de uma operação cirúrgica, uma mudança interior e radical.
Quando você for achado face a face com uma pessoa com um problema espiritual, lembre-se sempre de Jesus Cristo na cruz. Se aquela pessoa puder chegar a Deus de qualquer outro modo, então a cruz de Jesus Cristo é tornada vã e desnecessária. Se você puder ajudar outros com sua compaixão ou compreensão por eles, é um traidor a Jesus Cristo. Você tem que se manter num relacionamento correto, estreito, colaborante e chegado com Deus e dar-se aos outros à maneira de Deus, não à sua maneira humana, que ignora Deus por completo em Sua obra interior. A ênfase hoje em dia é religiosidade benévola e não a mudança radical a partir do interior.
A única coisa que temos de fazer é apresentar Jesus Cristo como crucificado, erguê-lo o tempo inteiro diante de qualquer um. Toda doutrina que não estiver baseada na cruz de Jesus Cristo levará o ouvinte para uma direção oposta e errada. Se nós, servos de Cristo, cremos nele e confiamos na realidade da redenção que ele próprio efetivou e consegue dentro de cada um de nós, as pessoas às quais falamos irão sentir isso mesmo de forma profunda e acutilante. O que de resto que permanecer e se aprofundar será exclusivamente para servir nosso próprio relacionamento com Jesus Cristo; nossa utilidade para com Deus dependerá tão-somente da maneira como se torna efetiva a redenção dentro de nós próprios.
A vocação do servo de Cristo é descobrir o pecado e manifestar a Jesus Cristo como Salvador real, primeiro dentro de si; consequentemente, ele não pode ser poético ou eloquente, tem que ser rigorosamente cirúrgico e pontual. Somos enviados por Deus para levantar Jesus Cristo diante de todo o mundo, não para fazer discursos maravilhosos e belos aos olhos dos homens. Temos que sondar os outros profundamente, como Deus nos sonda a nós e manter aquele discernimento para descobrir os textos que revelam diretamente a verdade e aplicá-los sem sombra de temor.