Quando Deus começa a atrair-me para ele mesmo, surge imediatamente a questão da minha vontade: aceitarei a revelação dada por Deus? Irei a ele? Discutir sobre questões espirituais é uma impertinência. Quando Deus lhe falar, não discuta isso com ninguém mais. A fé não é um ato intelectual, mas acima de tudo um ato moral, mediante o qual me entrego deliberadamente a Ele. Estarei disposto a entregar-me totalmente a Deus e a agir com base só no que ele diz? Nesse caso, verificarei que estou alicerçado na realidade do evangelho, que é tão seguro quanto o próprio trono de Deus.
Ao pregar o evangelho, insista sempre numa decisão da vontade do próprio homem. A fé deve ser a decisão de crer. Deve haver uma capitulação da vontade própria em nós mesmos — não ante um poder persuasivo — mas ante uma firme caminhada direcionada e alinhavada em e para Deus, baseada nele e somente no que ele diz, até que eu perca a confiança no que tenho feito e confie apenas em Deus e nunca mais em mim mesmo. O problema é que não confio em Deus, mas apenas na minha compreensão intelectual que tenho sobre ele. No tocante aos meus sentimentos, não devo confiar neles nunca mais. Preciso tomar a decisão de crer e isso nunca poderá ser feito sem um esforço violento de minha parte contra mim mesmo, para separar-me da minha antiga maneira de ver as coisas e entregar-me totalmente e só a ele.
Todas as pessoas têm condições de ir muito além do seu próprio alcance. É Deus quem me leva a si e todo o meu relacionamento com ele é, em primeiro lugar, um relacionamento pessoal, não intelectualizado e amestrado. Entro nesse relacionamento pelo milagre de Deus e por minha própria vontade em crer; depois passo a ter uma compreensão e uma apreciação inteligente da maravilha de tal acontecimento pelo lado de dentro de mim.