Esse versículo é a mais sublime definição condensada de cada real discípulo de Jesus Cristo em todo o Novo Testamento.
A primeira obra soberana da graça acha-se resumida nestas palavras, “que eles possam receber a remissão dos pecados”. Quando alguém falha na sua experiência cristã, quase sempre é porque nunca recebeu coisa alguma. O único sinal de que alguém foi salvo é ele ter recebido algo de Jesus Cristo. Nossa parte, como obreiros de Deus, é abrir os olhos dos homens a fim de que possam voltar-se das trevas para a luz; mas isso não é salvação, isso é conversão – é o esforço pessoal dum ser humano que já foi despertado. Não creio que seja exagero dizer que a maioria dos cristãos nominais pertence a essa categoria; seus olhos foram abertos, mas, nada receberam e apenas se esforçaram. Conversão não é regeneração. Esse é um dos fatores mais negligenciados em toda a nossa pregação de hoje. Quando alguém nasce de novo, ele sabe que isso aconteceu porque recebeu uma dádiva do Deus todo-poderoso e não por causa duma decisão própria. As pessoas podem registrar o voto de seguir a Cristo e assinar em baixo como compromisso e disporem-se a cumpri-lo, mas, nada disso significa salvação. A salvação significa que fomos levados pela autoridade de Jesus Cristo ao ponto em que recebemos uma dádiva de Deus, a saber, a remissão de todos os nossos pecados.
Segue-se, então, a segunda grande obra da graça: “e herança entre todos os que são santificados”. Na santificação, a alma regenerada entrega deliberadamente a Jesus Cristo todos os direitos que tem sobre si mesma e identifica-se inteiramente com o interesse de Deus pelo nosso próximo.