Não conhecemos o sofrimento do mesmo jeito que nosso Senhor o conheceu; suportamo-lo, passamos por ele, mas não o conhecemos profundamente. No começo não levamos em conta a realidade do nosso pecado. Adoptamos uma visão racional da vida e dizemos que, se um homem controlar seus instintos e se disciplinar, pode levar uma vida correta e que acabará tornando sua vida igual à de Deus. Mas, à medida em que prosseguimos, descobrimos a presença de algo que não havíamos levado em conta, isto é, o pecado e isso transtorna todos os cálculos e planos futuros. O pecado tornou a origem de nosso pensar muito instável e imprevisível, incontrolável e por vezes irracional.
Temos que reconhecer que o pecado é um facto, não um defeito; o pecado é um motim contra Deus. Deus ou o pecado — um dos dois tem que morrer em minha vida; o Novo Testamento leva-nos a concluir isso mesmo. Se o pecado me governar, a vida de Deus em mim será chacinada; se Deus me governar, o pecado em mim será mortificado e morrerá. Não há outra conclusão a tirar para além dessa. O apogeu do pecado foi a crucificação de Jesus Cristo e o que foi realidade quando da vinda de Deus à terra, será também realidade na nossa vida. Temos que reconhecer o facto de que o pecado é a única explicação da vinda de Jesus Cristo ao mundo e a explicação para todas as dores e sofrimentos que possamos experimentar.