Nós temos sempre visões de algo antes que se possa tornar realidade. Quando nos apercebemos que, embora a visão seja real, ela não é real em nós ainda, é a hora que Satanás chega com as suas tentações; então é fácil dizer que não adianta prosseguir. Em vez da visão se tornar real, surge o vale da humilhação.
“A vida não é como a escória retirada do minério
Mas como o ferro retirado da escória entranha,
E forjado pelos embates do destino
Para se formar e se tornar útil”.
Deus dá-nos uma visão para depois nos fazer descer até aquilo que tem valor para ele e para que, mediante os embates, nos moldemos até à forma dessa visão; e é nesse vale que muitos de nós desfalecem e desistem. Todas as visões se tornarão reais se tivermos a paciência de esperar por elas. Pense em quanto tempo Deus tem! Ele nunca se apressa. Nós é que vivemos sempre duma pressa frenética. Entramos logo em ação, apenas à luz da glória da visão que temos, sem primeiro ter a visão real feita em nós; aí Deus tem que nos levar ao vale e fazer-nos passar pelo fogo e pela água, para moldar-nos até chegarmos ao ponto em que ele possa confiar-nos a realidade espiritual dessa mesma visão. Desde que recebemos a visão de Deus, Deus tem estado a operar em nós e fora de nós, tentando dar-nos a forma do ideal que ele idealizou. Mas, por norma estamos sempre escapando de sua mão e tentando moldar-nos a nós mesmos à forma que achamos ser a melhor.
A visão não é um castelo de ar; é um vislumbre do que Deus quer que você seja logo. Deixe que o oleiro divino o coloque em sua roda e o gire como e quando quiser e, tão certo como Deus é Deus e você é você, seu ser acabará por ser moldado para se tornar em conformidade exata com a visão que obteve. Não desanime no meio desse processo. Se alguma vez lhe foi dada uma visão de Deus, você até se pode tentar contentar com um nível mais baixo dela, duma forma ou de outra, mas Deus nunca o fará.