Oração não faz parte da vida do homem natural. Ouvimos dizer que, se uma pessoa não orar, a vida dela será prejudicada; eu duvido. O que será prejudicada é a vida do Filho de Deus nela, que não é alimentada por comida, mas antes através da oração. Quando alguém nasce do alto, a vida do Filho de Deus nasce nele também e ele pode ou matar essa vida de fome ou alimentá-la devidamente. A oração é a maneira pela qual alimentamos a vida de Deus nascida em nós. As ideias que geralmente temos sobre oração não foram retiradas do Novo Testamento. Encaramos a oração como um meio de obter benefícios para nós e nada mais; o conceito bíblico sobre a oração é que possamos conhecer a pessoa de Deus como Ele é.
“Pedi e dar-se-vos-á”. Resmungamos diante de Deus, apresentamos desculpas, ficamos apáticos, mas pedimos muito pouco. Uma criança, porém, tem uma audácia admirável! O Senhor diz: “Se não vos tornardes como crianças…” Peça e só assim Deus fará. Dê a Jesus Cristo uma oportunidade, dê-lhe um pequeno espaço em si. Mas nenhum de nós faz isso a menos que já não saiba mais o que fazer de si próprio. Quando, porém, alguém chega a um ponto desses, não é nenhuma covardia orar; é o único meio que tem de entrar em contato direto com a realidade das coisas. Ao chegar-se diante de Deus, seja você mesmo – conforme é; exponha seus problemas, tudo o que o tem deixado desolado e perplexo. Enquanto você for auto-suficiente, não haverá necessidade de pedir coisa alguma ao seu Deus. A ideia de que “a oração muda as coisas” não é tão verdadeira quanto a de que a oração me muda a mim e eu mudo as coisas. Deus elaborou tudo de tal forma que a oração com base na redenção altera a maneira através da qual encaramos as coisas. A oração não visa a alteração das circunstâncias externas, mas a operação de verdadeiros e genuínos milagres em nossa própria disposição interior.