Repetidamente deve informar-se a si mesmo sobre o propósito de sua vida. O fim para o qual todo o homem foi criado não é a felicidade pessoal, nem a saúde, mas a santidade. Hoje temos inclinações e gostos demasiado fortes; saímos prejudicados e danificados por causa deles; são gostos e inclinações que achamos corretos, bons, nobres, que ainda hão de ser plenamente realizados, mas que, por agora, Deus terá de atrofiar em todos nós. A única coisa que importa é saber se aceitaremos o Deus que nos tornará santos. Devemo-nos relacionar corretamente com Deus, custe o que nos custar.
Será que acredito mesmo que preciso ser santo diante de Deus? Será que acredito e tenho plena convicção de que Deus pode participar em minha vida interior e tornar-me totalmente santo? Se, com sua pregação, você me convencer de que não sou santo, certamente que me ressentirei de sua pregação. A pregação do evangelho provoca um enorme ressentimento porque revela que não sou santo; mas também desperta um intenso anseio para sê-lo. Deus tem um único alvo para a raça humana, a saber, a sua total santidade. Seu objetivo é a formação de pessoas santas. Deus não é uma máquina eterna de produzir bênçãos para nós, mas antes de santidade; ele não veio salvar os homens por piedade; veio salvá-los porque os havia criado logo desde o início para serem santos. A expiação significa que, através da morte de Jesus Cristo, Deus pode recolocar-me em perfeita união e harmonia com Ele mesmo, sem que uma única sombra se interponha entre nós dois. Nunca tolere, por condolência ou mesmo por pena de si mesmo ou de outros, qualquer prática que não se possa harmonizar com a santidade de Deus. A santidade significa andar sem mácula, falar sem mácula, pensar sem mácula — tendo todos os pormenores da vida sob o próprio escrutínio de Deus. A santidade não é apenas o que Deus me dá, mas o que consigo demonstrar livremente de tudo aquilo que Deus me ofereceu.