O verdadeiro significado da palavra “tentação” tem sido muito depreciativo; tendemos a usá-la mal como expressão racional. Tentação não é pecado; é algo que, sem dúvida, teremos que enfrentar, se formos humanos. Muitos de nós, todavia, passamos por tentações pelas quais não deveríamos estar a passar, simplesmente porque nos recusamos a deixar que Deus nos eleve a um plano acima, onde enfrentaríamos tentações de outra ordem natural.
A disposição interior de cada pessoa, ou seja, aquilo de que é constituída sua personalidade integral, determinará sempre o que o irá tentar do lado exterior. A tentação vem de acordo com a natureza de cada pessoa e tem o poder de manifestar as capacidades e a existência dessa mesma natureza dentro de nós todos. Cada pessoa tem a sua própria constituição e será tentada de acordo com a disposição que a governa e rege por de dentro.
A tentação é uma sugestão para entrarmos num outro atalho, para alcançarmos nosso objetivo supremo e distinto da tentação — não na direção que possamos considerar errada, mas numa que consideraremos boa pela intervenção de Deus. Será sempre algo que provavelmente e por algum tempo nos confunde totalmente, porque não sabemos se se trata de algo supostamente certo ou errado. Ceder à tentação é deificar a lascívia; é prova de que foi apenas por causa da timidez que fomos impedidos de pecar anteriormente.
Não nos podemos dar ao luxo de nos esquivar da tentação, pois ela é essencial a uma vida espiritual bem desenvolvida em seus parâmetros globais. Cuidemos contudo de não pensarmos que as tentações que enfrentamos são diferentes das do resto do mundo que nos rodeia; o que estamos passando é a herança natural da raça humana; são todas aquelas experiências comuns pelas quais todos os homens tiveram de passar duma forma ou de outra. Deus não nos protege das tentações; ele nos socorre entre elas, Heb.2.18;4:15,16.