A exortação do Senhor nestes versículos é para que sejamos generosos com todas as pessoas sem qualquer excepção sequer. Cuidemos para que nossas afinidades naturais não exerçam pesos e medidas sobre a nossa vida espiritual. Todos têm afinidades naturais e desse modo gostamos de certas pessoas e de outras já não. Contudo, nunca devemos permitir que nossa vida evangélica seja gerida por nossas inclinações pessoais ainda. “Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz teremos comunhão uns com os outros”, mesmo com aquelas pessoas com quem não temos nenhuma afinidade pessoal para desenvolver.
O exemplo que o Senhor apresenta não é o de um homem bom, nem mesmo de um bom cristão, mas do próprio Deus em primeira pessoa a todos nós. “Portanto, sede vós perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito”; mostre aos outros o amor que Deus tem mostrado a você também. Deus nos dará amplas oportunidades nesta vida para provar se somos perfeitos como nosso Pai no céu. Ser discípulo significa identificarmo-nos deliberadamente com os interesses que Deus tem pelas outras pessoas. Jesus disse assim: “Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei a vós, que também vós vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns pelos outros”, João 13:34-35.
Não é fazendo o bem que demonstramos ter caráter bíblico, mas sendo semelhantes a Deus. Se o Espírito de Deus o transformou interiormente, sua vida exibirá características divinas e não meras boas qualidades. A vida de Deus em nós expressa-se como a própria vida de Deus, não como uma vida humana que se esforça para ser divina. O segredo do cristão é que, pela graça de Deus, o sobrenatural se torna natural nele e ele experimenta isso, não nos momentos de comunhão com Deus, mas nos pormenores práticos de toda a sua vivência. E sempre que se confronta com situações difíceis e problemáticas, ele fica admirado por descobrir que tem o poder de se manter equilibrado no meio de tudo e de forma milagrosa e maravilhosa.