Na vida natural, todos aqueles anseios pessoais vão-se modificando na medida que passamos de uma fase para outra mais solidificada; na vida evangélica, o alvo nos é proposto logo desde o início; o princípio e o fim são o mesmo, isto é, o próprio Senhor Jesus Cristo de forma real. Começamos com Cristo e terminamos com ele: “até que todos cheguemos… à medida da estatura da plenitude de Cristo”, Ef.4:13 e não à noção que temos do que deveria ser a vida com Cristo. O alvo da pessoa enviada por Deus é fazer a vontade dele e não ser útil, ou ganhar todos aqueles que estão perdidos; ele é útil e ganha almas, mas seu alvo não é esse. O alvo dele é fazer a vontade do seu Senhor aqui na terra.
Para o Senhor, Jerusalém foi o lugar onde ele atingiu o apogeu da vontade do seu Pai na cruz e, a menos que o acompanhemos até lá, não estaremos na corrida com ele. Nada jamais desanimou o Senhor em sua caminhada para Jerusalém. Ele não atravessava às pressas certas aldeias onde era perseguido; nem se demorava nas outras, onde era glorificado. Nem a gratidão, nem a ingratidão dos homens fizeram com que o Senhor se desviasse um milímetro de seu propósito de subir para Jerusalém.
“O discípulo não está acima do seu mestre”, Mat.10:24. As mesmas coisas acontecerão conosco, a caminho da nossa Jerusalém pessoal. As obras de Deus se manifestarão através de nós; pessoas serão abençoadas e uma ou duas entre elas manifestarão gratidão, o resto, porém, total ingratidão; mas nada deve impedir-nos de subir à nossa Jerusalém sem nos desviarmos nem um pouco de ir para lá exclusivamente.
“Ali o crucificaram”. Foi isso que aconteceu quando o Senhor chegou a Jerusalém. Esse acontecimento tornou-se a porta da salvação para todos nós. Contudo, nosso fim, como filhos de Deus não é a crucificação para o pecado; pela graça do Senhor terminaremos em glória e sem pecado aqui, mas o fim é Ele. Até lá, entretanto, nosso lema também será — eu subo para Jerusalém.