Não existe essa coisa chamada “vida particular e privada” para um crente, para nenhum dos que participam de todos os sofrimentos de Jesus Cristo, um lugar para nos escondermos a sós e isolamo-nos do resto do mundo. Deus abre a vida particular de seus servos como abriu o Mar e deixa nela uma via aberta para o mundo e, por outro lado, uma passagem para o próprio Deus também. E nenhum ser humano consegue suportar tal coisa, a menos que seja identificado com Jesus Cristo de fato. Não somos santificados para benefício próprio; somos chamados à comunhão do próprio evangelho e por isso acontecem coisas que não têm nada a ver conosco, mas com Deus em nós; o objetivo de Deus é, assim, levar-nos a uma comunhão consigo próprio. Permita-lhe então que faça a vontade dele por si e em si; se não o fizer, em vez de ter alguma utilidade para Deus em sua obra que redime todo o mundo, você será tropeço impeditivo e um entrave para isso mesmo.
A primeira coisa que Deus nos faz, é firmar nossos pés na dureza da realidade, até que não nos importemos mais com o nosso destino desejado e pessoal, contanto que se faça a vontade dele em prol do propósito que existe na sua redenção. Por que não deveríamos nós passar por dificuldades e tristezas? Através desses portões, Deus está escancarando portas para caminhos de plena comunhão com Ele. A maioria dos crentes deixa-se abater através do primeiro aperto duma dorzinha; senta-se na soleira do propósito de Deus e recusa-se a dar mais um passo e fica morrendo de autocompaixão por ali mesmo. Todas as expressões da chamada “simpatia do Cristão” para com os tais, servirão apenas para apressar essa morte auto condolente. Mas Deus não a apressará. Ele estenderá a mão trespassada de seu Filho para afirmar: “Entra em comunhão comigo — levanta-te e resplandece”, Is.51:1,2. Se através de determinado sofrimento Deus puder fazer com que se cumpram os propósitos dele para o mundo e para nós, então agradeça-lhe esse sofrimento.