Se pensarmos que somos perdoados por estarmos arrependidos de nossos pecados, estamos afrontando o sangue do Filho de Deus. A única explicação para o perdão de Deus e para a insondável profundidade de sua capacidade de esquecer tudo que fizemos, é a morte de Jesus Cristo. Nosso arrependimento é simplesmente o resultado desse nosso reconhecimento pessoal da expiação que ele realizou por nós em nós. “Cristo Jesus… se nos tornou… sabedoria e justiça e santificação e redenção”, 1Cor.1:30. Logo que compreendemos que Cristo se tornou tudo isso por nós, começamos a sentir o sublime gozo de Deus dentro; e onde não houver este gozo, a sentença de morte contra todo pecado entrará em ação irreversível a partir de então.
Não importa quem somos ou o que somos, temos reconciliação completa com Deus através da morte de Jesus Cristo e por nenhum outro meio alternativo o teremos e não porque ele a suplique, mas porque ele morreu na cruz de vez. Não a obtemos por méritos pessoais, mas pela sua aceitação. Toda súplica que deliberadamente se recusa a reconhecer a cruz, para nada serve; é o mesmo que bater numa outra porta sem ser na que Jesus abriu por nós. “Não quero passar por esse caminho; é humilhante demais ser recebido como pecador”. “Não existe nenhum outro nome… pelo qual possamos ser salvos”, Act.4:12. Essa aparente insensibilidade de Deus, na verdade, é a expressão do seu coração, pois pelo caminho que ele propõe, as possibilidades de entrada no reino serão, a partir de então, ilimitadas. “Nele temos a redenção, pelo seu sangue”, Ef.1:7. Identificarmo-nos com a morte de Jesus Cristo significa identificarmo-nos com ele para morrermos para tudo que não se relaciona com Jesus.
Deus só é justo em salvar homens maus se os tornar justos e bons também. O Senhor não faz de conta que estamos bem quando, na verdade, não estamos e nos achamos em erro. A expiação é uma propiciação através da qual Deus, com a morte de Jesus, torna santo um homem que sempre foi ímpio.